Publicações: Um livro do «Paulo que é padre» para partilhar a experiência de «Rezar a vida» (c/vídeo)

Depois de «Deus como tu», a nova obra fala sobre a descoberta de Deus no quotidiano e mostra que «a fé não é um produto acabado»

Lisboa, 09 dez 2019 (Ecclesia) – O padre Paulo Duarte publicou o livro “Rezar a vida”, sobre a experiência da fé no quotidiano, para ajudar as pessoas a percorrer caminhos de liberdade e a descobrir itinerários para o “encontro com Deus”.

“O Paulo que é padre tem uma experiência de muita escuta, no sacramento da confissão, no acompanhamento de pessoas, a observar a realidade e, obviamente com a formação em filosofia e teologia, isso tudo, num bom diálogo, transmite algo novo a partir desta reflexão do Paulo, como padre”, afirmou.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, emitida hoje no programa que passa na RTP2, de segunda a sexta-feira às 15h00, o padre Paulo Duarte refere que, mais do que uma “partilha isolada”, o livro é um diálogo de alguém que “faz uma ponte na relação com a divindade”.

Para o sacerdote jesuíta, a vida vai além da dimensão biológica e interessa descobrir “as dimensões da totalidade” no quotidiano, onde a fé deverá estar presente.

No livro “Rezar a vida”, o ponto de partida “são as pequenas coisas que, à primeira vista, podem não ser nada, mas que também podem falar de tudo”.

O padre Paulo Duarte afirma a necessidade ter presente as emoções de cada momento, que revelam quem é a pessoa e a forma como cada uma se pode “transformar e abrir à espiritualidade, à transcendência e à relação da fé”.

Depois do livro “Deus como tu”, o sacerdote publica uma nova obra, que “não é compêndio de teologia”, porque sugere o “diálogo e a escuta” como itinerário e quer chegar a crentes e não-crentes.

“Quando não nos escutamos e estamos em dois monólogos, acabamos por não nos conhecer. E quando se fala aqui da experiência do não-crente é para dar a oportunidade de nos conhecermos mutuamente e, a partir daí, surgir um diálogo, uma inquietação”, referiu.

Para Paulo Duarte a proposta da fé “tem de ir ao concreto” e olhar as pessoas “na sua circunstância de vida”, como vez Cristo ao falar “à pessoa concreta e não na abstração”.

“Eu contacto com pessoas divorciadas, pessoas que estão a viver uma separação, mulheres vítimas de violência e nós não podemos estar a lidar só pelo espiritual, temos de ir ao concreto. Com delicadeza, temos de trazer os temas e poder dialogar sobre eles”, sustenta o autor.

O padre Paulo Duarte fala do “primado da consciência” diante de situações específicas de cada pessoa, da necessidade de dar “pistas de orientação”, mostrar o “caminho de reflexão da Igreja” e depois “a pessoa, em consciência, terá de tomar a decisão”.

No livro “Rezar a vida”, o autor apresenta a ignorância como “grande inimigo da fé” e desafia quem tem de a propor a fazê-lo de forma consistente.

“Por exemplo, o celebrar a missa, os gestos: se faço uma coisa mecanizada, as pessoas sentem isso; se faço um gesto habitado, também se sente que há uma relação muito profunda, de algo que não é meu enquanto padre, mas de Deus, de que estou a ser o veículo e a habitar, com a respiração, o gesto”, acrescenta.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o Padre Paulo Duarte diz que o livro pode ajudar a perceber que a “fé não é um produto acabado”, mas está em “constante redescoberta”, afirma que “descansar faz bem à fé” e defende que “é  impossível viver sem fé, porque é antropológica e divina também”.

“Rezar a Vida – A experiência da fé no quotidiano” é um livro de Paulo Duarte, editado pela ‘matéria-prima’; o autor é sacerdote jesuíta, natural de Portimão, foi comissário de bordo durante três anos e, após ter decidido entrar para a Companhia de Jesus, foi ordenado padre em 2014.

PR/HM

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