Portugal: A Missão País tem o poder de deixar um «legado de juventude católica»

3200 universitários participam em 55 missões em várias vilas e aldeias

Atouguia da Baleia, 08 fev 2019 (Ecclesia) – Os jovens universitários da Missão País, na Atouguia da Baleia, na diocese de Lisboa, conseguem “deixar um legado de juventude católica” e sentem-se “universitários diferentes”.

“O poder da Missão País é deixar um legado de juventude católica. Não estamos aqui depois desta semana mas queremos que eles continuem”, disse Maria Rita Correia de Almeida em declarações da Agência ECCLESIA.

A jovem estudante da Universidade Nova de Lisboa, está no segundo ano de mestrado em Tradução e afirma que esta semana “quer trazer e recordar Deus em vilas e aldeias mais quietas de Portugal”.

Naquela missão estão 42 jovens universitários, na sua maioria da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova, em que se dividem por áreas de atuação entre a escola, a creche, o lar de idosos, o teatro e a atividade do “porta a porta”.

Atouguia da Baleia já parece pequena para aquela movimentação da juventude, que veio “animar a terra”, são “jovens educados e muito simpáticos”, segundo uma idosa, e que, pelo terceiro ano consecutivo, trazem uma semana diferente à comunidade.

“São três anos de mudança, no início achavam que éramos esquisitos, no segundo ano foi mais fácil, diziam ‘são de confiança’ e agora dão-nos tudo porque sabem que vamos embora, mas sentimos que é a vez deles” (Maria Rita).

Rafael Calado, estudante de Filosofia, também passou ali os três anos de Missão País, aquela “possibilidade de encontro privilegiado com Jesus Cristo, numa verificação daquilo em que acreditamos”.

“Sou um universitário diferente… Vimos de sítios diferentes, de movimentos, paróquias, e até não católicos que se juntam, e há uma ‘miscelânea’ de pessoas que, apesar das diferenças, têm uma experiência que diante do essencial sentem que estamos para o mesmo, este serviço da caridade” (Rafael Calado).

Para Gonçalo Palmeira esta semana de Missão País teve ainda uma particularidade: fez 20 anos e “jamais” esquecerá este aniversário

“Fiz 20 anos aqui na Missão País, no passado dia 05 de fevereiro, e foi um dia espetacular, fizeram-me um bolo de bolacha, as pessoas deram-me chocolates e passei um aniversário diferente. Não me vou esquecer mais, nunca pensei fazer 20 anos num lar de idosos a falar com velhinhos que não conhecia, nesta alegria de dar, foi mesmo diferente” (Gonçalo Palmeira).

Tomás Severino é estudante de História e natural do Algarve, ele é o chefe geral da Missão País na Atouguia da Baleia, trata de todos os contactos institucionais, organiza as atividades e está ao serviço numa semana “marcante para todos”.

“Quebrámos a solidão em muitas vidas, a monotonia dos idosos do lar, brincámos com as crianças da creche…Houve oração, caridade e convívio entre colegas, são as marcas que vão connosco”, explica o jovem de voz embargada à Agência ECCLESIA.

O jovem algarvio espera ainda que esta missão “possa ser vivida fora da Atouguia” na perspetiva de levar o que ali viveram para as famílias, paróquias e movimentos, universidade e até para a própria sociedade.

Cada missão conta com um sacerdote assistente, nesta Missão era o padre Nuno Amador, sacerdote do patriarcado de Lisboa, que desde o primeiro ano acompanha a Missão na Atouguia da Baleia e foi sentindo a transformação da própria comunidade.

“Em três anos vivemos acolhimento, transformação e agora o envio, sabemos que deixamos sementes e acreditamos que vão germinar… Mas espero que faça a diferença em cada um que veio e naqueles que aqui estão, mudar por dentro e contagiar quem está à nossa volta” (Padre Nuno Amador).

Um dos frutos desta Missão País na Atouguia da Baleia é já o campo de férias, os ‘cetáceos’, organizado por jovens missionários, para adolescentes e jovens da própria comunidade.

“É um grande fruto que agora esperamos que passe para eles e que os jovens mais velhos passem a ser eles os animadores do campo”, explica o sacerdote.

Em 2019, a Missão País conta com a ajuda de 3200 missionários divididos em 55 missões, todos com o lema “E se conhecesses o dom de Deus”.

A iniciativa do Movimento Apostólico de Schoenstatt, com o propósito de “inspirar gerações que vivam a fé Católica em Missão”, começou com 20 jovens missionários universitários em 2003; em 2015 foram 1800 os missionários organizados em 35 missões, realizadas a nível nacional.

Desde a sua criação já se realizaram 154 missões, segundo dados da Comissão Episcopal Laicado e Família, da Conferência Episcopal Portuguesa, de 2017.

SN

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