Viseu, 14 Dez 2021 (Ecclesia) – No Tesouro da Catedral de Viseu – Museu de Arte Sacra foi apresentado, este sábado, o projeto «Presenças privadas no Museu» a que se associou a exposição de peças resultantes de duas doações à Diocese de Viseu e uma homenagem ao D. Ilídio Pinto Leandro.
Durante o próximo ano vão ser apresentadas, com a periodicidade de dois meses, grupos de peças de arte religiosa, que são propriedade de privados.
Esta iniciativa tem por objetivo “colocar em presença as peças que atualmente fazem parte de casas e capelas particulares e, ainda que algumas delas possam ter vindo de instituições religiosas, outras foram mesmo fruto de encomenda de particulares para as suas residências, são sempre expressivas da importância que as peças de arte assumiram na vivência da fé em ambiente privado, numa perspetiva de proximidade e de pertença que favoreciam e favorecem o sentimento de proteção acrescida e da proximidade de Cristo, da Virgem e dos santos”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.
As duas primeiras peças apresentadas no âmbito deste projeto são “uma singular escultura de Santo António, que se converte num micro oratório portátil, do século XVI, cuja configuração e policromia são expressivas da produção resultante dos encontros culturais entre europeus e asiáticos”, e “um Crucifixo de assento do século XVI-XVII, que tem a particularidade de associar à inscrição I.N.R.J. (Jesus, o Nazareno, o rei dos judeus) a inscrição que nos remete para o nascimento de Cristo, I.M.I. (Jesus, Maria, José)”.
Estas duas peças são propriedade de Albertina Vaz Silva Pires e Helena Maria Vaz da Silva Marques.
Juntamente com estas peças da Época Moderna é apresentada uma pintura contemporânea, do pintor viseense Rui Costa, também com a iconografia de Cristo Crucificado, colocando o visitante em presença de peças com a mesma temática, mas com linguagens claramente distintas, fruto da evolução das propostas artísticas, que a Igreja soube e deve continuar a acompanhar.
Foi integrado também no percurso expositivo do Museu, um Calvário, de assento, dos finais do século XVIII, de expressiva qualidade escultórica, resultante de uma doação à Diocese de Viseu
As insígnias episcopais do falecido Bispo de Viseu, D. Ilídio Pinto Leandro, concretamente o anel episcopal e a cruz peitoral, também foram entregues à Diocese de Viseu pela família.
O Departamento dos Bens Culturais da Diocese de Viseu também homenageou D. Ilídio Leandro, anterior bispo da diocese, que faleceu em fevereiro de 2020.
“A escolha de um banco e do local, o Passeio dos Cónegos, constitui um convite ao visitante a parar, a estar, em diálogo ou em silêncio, a refletir, e a contemplar a catedral e a cidade que o D. Ilídio Leandro tanto amava”, lê-se.
LFS