Joana Morais e Castro e a liturgia sacramental dos encontros – Emissão 25-05-2023

 

Serão sempre as pessoas a unir a vida de Joana Morais e Castro. Mãe de quatro filhos, jurista de formação, tem dificuldade em dizer qual a sua profissão, uma vez que o seu percurso colocou-a em contacto com o IPAV, a Compassio, o Centro Comunitário São Cirilo e, mais recentemente, a Área Transversal de Economia Social da UCP.
Nesta conversa Joana Morais e Castro fala sobre a sua «primeira escola de fragilidade», sobre as cartas que ainda hoje troca com a sua mãe, sobre as conversas com os imigrantes que conheceu e lhe falavam de Deus, sobre a pergunta do seu filho que a levou, já adulta, a procurar a catequese, e sobre o «pino» que a filha Maria Joana obrigou a família a fazer para descobrir «o lado certo da vida»

«Começamos a sentir, com a Maria Joana, coisas que não sabíamos existir: exclusões, formatos de olhar para o ser humano que não sabíamos que existiam, obstáculos que não sabíamos, medos que não tínhamos – de futuro, do presente – e de repente percebemos que é tão bom – não é fácil, mas é bom. Percebemos que a perfeição estava aqui e isso levou-nos a assumirmo-nos como frágeis e levou-nos a pedir ajuda»

«As missões vão mudando e o sentido onde estamos também muda, mas o central são as pessoas. Sou profundamente apaixonada pelas pessoas. É nos encontros que escuto Deus. Em todos estes trabalhos onde estive e servi é isso que une: a fragilidade, a exclusão e o encontro, com as pessoas. Acredito que somos chamados a servirmo-nos mutuamente. Se estamos díspares de necessidade e nos podemos ajudar, se nos dermos a este encontro, vamos perceber que nos damos mutuamente. Quando há uma troca, percebemos que este é o único caminho para nos tornarmos humanos».

«Podemos escolher a beleza, seja qual for a circunstância em que estamos, mesmo que seja difícil. A beleza é uma escolha. Em todos os momentos conseguimos vê-la, mesmo nos mais difíceis, mais duros e improváveis. Quando conseguimos, na improbabilidade, ver beleza, salvamo-nos».

«Hoje tenho menos medo do erro, deixo-me permear pelo erro. E quando deixamos que isso aconteça, acontecem orações, sacramentos do encontro. É nas pessoas que encontro Deus».

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