Igreja/Sociedade: Cáritas deixou desafio de promover lideranças juvenis

Confederação Internacional marcou presença na JMJ Lisboa 2023, sublinhando envolvimento dos jovens em espaços relevantes da sua atividade

Lisboa, 18 ago 2023 (Ecclesia) – A confederação internacional da Cáritas esteve incluída no programa oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), deixando em Lisboa um desafio à promoção de lideranças juvenis.

“Há muitos obstáculos a superar. Por exemplo, nas posições de liderança, que são posições tradicionalmente ocupadas por pessoas mais velhas. Uma das coisas que tentamos fazer é ajudar as pessoas a ver o valor de lideranças juvenis, não apenas jovens a agir como pessoas mais velhas, em posições de liderança, mas ajudar as nossas organizações-membros a criar espaço para que os jovens ofereçam os seus dons juvenis”, referiu Rebecca Rathbone, responsável pela promoção da liderança juvenil da ‘Caritas Internationalis’.

A organização católica de solidariedade e ação humanitária sublinhou, com a presença de representantes das suas sete regiões internacionais, o envolvimento dos jovens em espaços relevantes da sua atividade no mundo, incluindo nos principais espaços de tomada de decisão.

Rebecca Rathbone destacou, em declarações à organização da JMJ, que os jovens trazem às instituições valores como “a criatividade, a energia, o entusiasmo, o seu profundo sentido de esperança nas pessoas e em si mesmos”.

Marlene, responsável da Cáritas Egito, apresentou em Lisboa o trabalho que desenvolve no combate à mutilação genital feminina.

“Esperamos eliminá-la, é claro, mas neste momento estamos a tentar fazer diminuir esta prática, tanto quanto possível. À medida que trabalhamos, nos últimos anos, conseguimos captar uma atenção positiva, sobre isso, mas às vezes temos recuos e temos de começar a navegar desde o começo, responder às necessidades da comunidade”, precisou.

Winton Herman, jovem das Ilhas Cook, foi o representante da Cáritas Oceânia, que abordou os impactos da “ocidentalização” nas formas tradicionais de vida.

“Umas das principais coisas que posso ver é a perda da nossa língua, da língua materna. Falamos maori, mas as novas gerações, a minha geração, raramente falam a língua, que está a morrer aos poucos, especialmente com os nossos pais e avós, que eram os detentores deste conhecimento e que estão a morrer, pouco a pouco”, advertiu.

Vincent, responsável da Cáritas Malawi, sustentou que os jovens devem assumir a iniciativa, com a sua “energia” típica, para “cuidar dos pobres” e da natureza.

“Esse é um dos valores da Igreja, a opção preferencial pelos pobres, por isso temos de ir ao encontro, como jovens, enérgicos, ir ao encontro de todas as pessoas, não temos de esperar pelos adultos, já crescidos, para que nos ajudem”, precisou.

A presença da ‘Caritas Internationalis’ na JMJ sublinhou o papel dos jovens na resposta a emergências, serviços sociais, comunicação e tecnologia, projetos relacionados com mudança de comportamentos, a causa dos mais vulneráveis e o cuidado com a natureza.

A reportagem vai estar em destaque na emissão do Programa ECCLESIA (RTP2), a 22 de agosto, pelas 15h00.

RP/OC

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