Igreja/Portugal: Ação Católica Rural defende mudança da organização económica e social

Assembleia de Delegados elegeu nova equipa nacional e apontou «defesa da vida» como prioridade

Lisboa, 12 jul 2022 (Ecclesia) – A Ação Católica Rural (ACR) elegeu a nova equipa nacional na sua 10ª Assembleia de Delegados, em que assumiu a necessidade de transformar a organização económica e social, no respeito pela natureza e a vida humana.

“Vivemos uma mudança de época e não apenas uma época de mudanças. A consciência da dignidade da pessoa, da igual dignidade de todas as pessoas, exige a recriação de leis e propostas sociais; a urgência de rumos produtivos distintos, de organização de economias humanas, de conciliação com a natureza, pede comportamentos e planos novos”, refere a ACR, em comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA.

Ângela Almeida foi eleita como nova presidente do movimento, este domingo, no encontro que decorreu em Albergaria-a-Velha; José António Rocha Silva (vice-presidente), Fátima Sá e Patrícia Alcobia (secretárias) e José Manuel Gouveia (tesoureiro) são outros dos elementos da nova equipa nacional, para o triénio 2022-2025, com tomada de posse marcada para 15 de outubro.

Durante este ano, o movimento da Igreja Católica em Portugal pretende “acolher, dinamizar, participar e viver” a Jornada Mundial da Juventude 2023, que vai ter lugar em Lisboa, “como uma oportunidade suscitada pelo Espírito Santo”.

A 10ª Assembleia Nacional de Delegados da Ação Católica Rural realizou-se nos dias 9 e 10 de julho, na Casa Diocesana de Nossa Senhora do Socorro, Diocese de Aveiro.

O movimento destacou a presença de dois convidados, o padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, especialista em sinodalidade, que interpelou os participantes a “viver um verdadeiro caminho sinodal, sinal de uma Igreja-comunhão”; e, reassumindo a importância da defesa da vida, “como marca identitária do movimento”, a enfermeira Ana Rocha, especialista em Cuidados Paliativos, que ajudou a refletir sobre a experiência humana do cuidado da pessoa em situação de fim de vida.

Segundo o ACR, militantes, grupos e equipas, devem “recriar a sua estrutura interior, pessoal e comunitária, e investir todos os seus esforços na defesa da vida, na busca efetiva da proximidade e interajuda, na implementação de humildes estruturas que tornem visível o rosto de uma nova pessoa, nova família, nova sociedade”.

A própria Igreja vive este tempo novo, percebendo que o caminho para ser fermento de diálogo e unidade no mundo terá de ser o testemunho da abertura, da cooperação, da participação e comunhão”.

Participaram nesta assembleia nacional 86 militantes e simpatizantes da ACR – crianças, adolescentes, jovens e adultos – das dioceses onde o movimento está implementado: Aveiro, Braga, Coimbra, Funchal, Guarda, Leiria-Fátima, Porto, Santarém, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Os militantes e simpatizantes do movimento, em trabalhos de grupo, identificaram diversos “desafios” para a ACR, como a “leitura atenta e humilde da realidade”, a importância do trabalho em rede, a necessidade de ir ao encontro do outro, e “a vivência da sinodalidade”; como instrumentos de resposta reafirmou o valor do método da “Revisão de Vida” e o estudo da Doutrina Social da Igreja.

A Assembleia Nacional de Delegados abordou ainda a campanha nacional de solidariedade ‘Cinco pães e dois peixes’, que surgiu durante a pandemia para apoiar famílias e pessoas em dificuldades, com testemunhos sobre “a importância deste trabalho social e espiritual”.

O grupo ‘Soldados da Paz’, com crianças e adolescentes do movimento, animou este encontro e o bispo de Aveiro, D. António Moiteiro, presidiu à Eucaristia.

A Ação Católica Rural foi criada pelo Papa Pio XI, em 1922, e está em Portugal desde 1933; é um movimento “formado e dirigido por leigos jovens e adultos, abrangendo na sua ação adolescentes e crianças” e “obedece às características gerais” da ação católica dedicando-se de forma organizada à “evangelização e promoção do meio rural” com um método de “Revisão de Vida” – ver, julgar, agir.

CB/OC

 

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