Igreja/Médio Oriente: Primeiro dia do Papa no Iraque marcado por encontros com responsáveis políticos e comunidade católica

Viagem apostólica começa em Bagdade, incluindo passagem por igreja onde 48 pessoas morreram num atentado terrorista, em 2010

Bagdade, 05 mar 2021 (Ecclesia) – Francisco iniciou hoje a primeira viagem de um Papa ao Iraque com uma série de encontros com os responsáveis políticos do país e a minoria católica, passando pela igreja onde 48 pessoas morreram num atentado terrorista, em 2010.

O Papa chegou a Bagdade pelas 13h55 locais (10h55 em Lisboa), sendo recebido pelo primeiro-ministro iraquiano, Mustafa Abdellatif Mshatat, conhecido como Al-Kadhimi, por crianças com flores e jovens em trajes tradicionais que cantaram em árabe.

Após um voo de quase 3 mil quilómetros e mais de quatro horas, Francisco deslocou-se ao Palácio Presidencial, em viatura fechada, sendo acolhido pelo chefe de Estado, Barham Ahmed Salih Qassim, com quem se reuniu em privado.

O percurso foi acompanhado por dezenas de pessoas, junto à estrada, com bandeiras do Iraque e do Vaticano.

O Papa oferece ao presidente iraquiano uma medalha que representa a área geográfica do Iraque, com os rios Tigre e Eufrates, e a figura de Abraão, a caminho.

O primeiro discurso do Papa deve acontecer pelas 15h45 locais, perante cerca de 150 pessoas, reunidas no grande salão do palácio: autoridades políticas e religiosas, membros do corpo diplomático, empresários, representantes da sociedade civil e do mundo da cultura.

A agenda de sexta-feira conclui-se uma hora depois, na Catedral siro-católica de Sayidat al-Nejat (Nossa Senhora da Salvação), também em Bagdade, uma das maiores igrejas da cidade.

O templo foi alvo de dois ataques terroristas, um dos quais, a 31 de outubro de 2010, obra da Al-Qaeda, provocou 48 mortes e cerca de 70 feridos, durante a celebração de uma Missa.

A catedral tem hoje um memorial dedicado às vítimas e os dois sacerdotes foram sepultados na cripta da igreja.

Francisco vai ser recebido pelo patriarca de Antioquia dos sírios, Inácio III Younan, e o responsável pela arquieparquia (o equivalente à arquidiocese, na Igreja Oriental), D. Ephrem Yousif Abba, além de 12 pessoas com deficiência.

Dentro da catedral está prevista uma presença de 100 pessoas – bispos, sacerdotes, religiosas, seminaristas e catequistas -, um número limitado devido à pandemia de Covid-19.

A assembleia dos bispos católicos do Iraque reúne responsáveis da Igreja de rito caldeu, siro-católico, arménio-católico, melquita e latino, sendo presidida pelo cardeal Louis Raphaël I Sako, patriarca de Babilónia dos Caldeus.

O dia encerra-se com o jantar, em privado, na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) na capital iraquiana.

A viagem, que decorre até segunda-feira, tem como lema ‘Sois todos irmãos’, passagem do Evangelho de São Mateus.

O Papa vai passar por Bagdade, Najaf, Ur – a terra natal do patriarca Abraão -, Erbil – capital do Curdistão iraquiano –, Mossul e Qaraqosh.

O logotipo oficial mostra Francisco num gesto de saudação ao país, representado no mapa e com os seus símbolos: a palmeira e os rios Tigre e Eufrates – além de uma pomba branca, símbolo de paz, voando sobre as bandeiras da Santa Sé e da República do Iraque; o lema da visita é apresentado em árabe, curdo e caldeu.

OC

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