Igreja/Ensino: «Escolas Católicas mostram o empenhamento da Igreja na Educação» – D. António Augusto Azevedo

Presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé fala pede diálogo com o Estado para promover o reconhecimento do setor

Foto: João Cláudio Fernandes

Fátima, 10 out 2024 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé pediu hoje uma maior atenção para o papel da Igreja na educação em Portugal, nomeadamente através das escolas católicas.

“O ensino não é só escola publica. A Escola Católica é um dos desafios mais importante de uma Igreja comprometida na nova evangelização em contexto cultural de alteração acelerada”, afirmou D. António Augusto Azevedo, na abertura dos trabalhos do II Congresso da Escola Católica, que decorre até sexta-feira, em Fátima.

O bispo de Vila Real indicou que “a preocupação com a educação deve ser permanente” e estar para lá de “interesses ou conveniências”.

“[Para a Igreja] a educação não é uma paixão de conveniência, uma oportunidade de negócio ou um interesse estratégico. É uma paixão permanente e um trabalho constante”, desenvolveu.

Aos 350 participantes do II Congresso, o prelado agradeceu “o trabalho diário e incansável nas escolas católicas de todo o país” e desejou que o encontro sirva “para olhar a realidade de forma mais aprofundada”, numa dinâmica “sinodal”,

“Que nos escutemos e partilhemos sonhos em conjunto, questões e angústias, para que caminhemos mais e ainda mais juntos. Só assim poderemos atingir os objetivos de cada um e de todos e ser fiéis à missão de cada um”, desejou.

Que este congresso traga novo animo e represente novo folego aos que trabalham nas escolas católicas. Que seja um sinal de esperança pois trabalhar em educação supõe acreditar no futuro”.

Foto: João Cláudio Fernandes

Para D. António Augusto Azevedo, a educação católica deve ser sempre “um sinal de amor à Pessoa” gerada a partir de “um projeto comum ao serviço da humanidade”.

Em declarações aos jornalistas, o presidente da comissão responsável pela educação cristã destacou o “lugar importante” que as escolas católicas ocupam em Portugal, oferecendo “uma educação de qualidade”.

O responsável católico desejou que seja possível “criar as condições de liberdade de ensino, condições de sustentabilidade, condições para que esse trabalho, de facto, possa continuar”.

“As escolas católicas estão disponíveis para diálogo com o Estado, em primeiro lugar, para que o Estado tome consciência de que as escolas católicas são um protagonista importante do ensino”, assinalou D. António Augusto Azevedo.

O que nós esperamos, antes das condições financeiras, é alguma estabilidade a nível de professores, a nível de condições”.

Para o bispo de Vila Real, este diálogo não procura “qualquer privilégio”, mas o “reconhecimento e parcerias que sejam justas e positivas para todos, para a sociedade”.

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé convidou as escolas católicas a “reforçar bem essa identidade”, projetando uma “formação mais alargada e aprofundada dos seus alunos”.

Questionado sobre a falta de professores, o responsável admitiu “alguns sinais de preocupação”, elogiando os profissionais que servem as instituições.

“Temos um conjunto de professores que, na maior parte dos casos, acredita no projeto, que, como se costuma dizer, veste a camisola. E isso também nos dá alguma tranquilidade. Agora, o problema irá existir e é preciso naturalmente tomar medidas”, concluiu.

O congresso é organizado pela Associação Portuguesa de Escolas Católicas (APEC) e o Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), debatendo o tema ‘Escola Católica – Identidade e Pacto num Mundo Global’.

Portugal conta com 122 escolas católicas, com mais de 65 mil alunos, 5300 docentes e 3300 trabalhadores não docentes.

LJ/OC

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