Igreja/Abusos: Bispo do Porto responde a carta aberta de leigos e reafirma «prioridade às vítimas»

D. Manuel Linda apela a «maior empenho por parte de todos»

Foto: João Lopes Cardoso/Diocese do Porto

Porto, 31 mar 2023 (Ecclesia) – O bispo do Porto publicou hoje uma nota informativa, em resposta a uma “carta aberta” que lhe foi dirigida por leigos da diocese, reafirmando a “prioridade às vítimas” na gestão de casos de abusos sexuais.

“Agradece-se a boa vontade de contribuírem, com participação ativa e sinodal, para o necessário apoio às vítimas e para a construção de uma cultura do respeito e da confiança, algo que já faz parte da vida e sensibilidade dos agentes pastorais, mas que pode e deve ser implementado com maior empenho por parte de todos”, escreve D. Manuel Linda, num texto enviado à Agência ECCLESIA e divulgado online.

A carta é subscrita por um grupo de 441 leigos da Diocese do Porto, sem organização formal, que se apresentam como pessoas “se sentem genuinamente preocupadas com o tema dos abusos sexuais de crianças e frágeis no seio da Igreja”.

“Interpretamos este momento em absoluta urgência e, sobretudo, como um grito de clareza e transparência dirigido ao nosso bispo. Não podemos calar a nossa dor e comunhão com o sofrimento das vítimas dos abusos sexuais”, pode ler-se, na missiva também enviada à Agência ECCLESIA.

Para D. Manuel Linda, as preocupações apresentadas na carta “são as mesmas do bispo do Porto”, isto é, “prioridade às vítimas, acompanhá-las e erradicar este dramático fenómeno da vida da Igreja, a par da certeza de que nenhum abusador tem ou terá lugar no seio do clero”.

O responsável precisa que “sem organização formal”, que deram o seu testemunho à Comissão Independente (CI) “a coberto do mais rigoroso anonimato”.

“Se os subscritores conhecem as vítimas, em consciência devem indicá-las ao bispo”, acrescenta.

D. Manuel Linda esclarece que remeteu ao Ministério Publico e ao Vaticano a lista com os sete nomes de sacerdotes ainda vivos que lhe tinha sido enviada pela CI.

“Esta é a hora do efetivo apoio personalizado às vítimas, logo que sejam conhecidas. É também a hora da justiça que passa pela investigação e pelo direito penal. Mas, para que se trate efetivamente de justiça, é necessário que se cumpram as normas do direito e se evitem critérios subjetivos, por mais bem-intencionados que sejam”, conclui o bispo do Porto.

OC

 

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