Covid-19: Arcebispo de Braga mantém «atitude de proximidade» com sacerdotes e leigos, recorrendo às plataformas digitais

«Não interrompi nenhuma das atividades que estavam programadas» – D. Jorge Ortiga

Foto: Arquidiocese de Braga

Braga, 05 mai 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga disse que está “todos os dias a experimentar caminhos novos” neste período de isolamento social, por causa da pandemia de Covid-19, usando as novas tecnologias para celebrar a Eucaristia e realizar diversas reuniões.

“Aquilo que importa é, na minha situação, na minha qualidade de arcebispo, efetivamente estar em contato numa atitude de proximidade, em primeiro lugar com os sacerdotes e depois também com os leigos”, referiu D. Jorge Ortiga  à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Braga explicou que “indo aprendendo, indo modificando, indo aperfeiçoando, tudo se vai ultrapassando” e ganha-se até “um certo gosto”, por isso, desde que começou o isolamento social e foram suspensas as celebrações comunitárias das Missas, a 13 de março, todos os dias experimenta “caminhos novos” e aceita desafios.

A vida é permanentemente um desafio e nunca podemos encerrar-nos nas experiências feitas. Por vezes pensamos que não estamos preparados mas quando nos colocamos no terreno vamos descobrindo que até somos capazes de o fazer e vamos aprendendo dia após dia, melhorando, aperfeiçoando”.

D. Jorge Ortiga assinala que “a vida da diocese vai continuando”, com outra atenção e “outros compromisso da parte dos interlocutores”, talvez “mais próximos e todos interessados em aproveitar aquilo que estas técnicas vão oferecendo”.

“Não interrompi nenhuma das atividades que estavam programadas”, salientou, exemplificando que já se reuniu por videoconferência com o Conselho Episcopal da Arquidiocese de Braga, com os bispos desta província eclesiástica, com o Conselho Económico e o Conselho Presbiteral.

O arcebispo de Braga lembra que “há cerca de mês e meio” celebra a Eucaristia que “é transmitida pela internet” desde a capela do paço, durante a semana e ao domingo.

Nos primeiros dias “custava imenso imaginar que estava sozinho, que não tinha ninguém” à sua frente, confessa.

Fui-me habituando e fui tomando consciência, e tendo a certeza, que diante de mim tenho logo em contacto direto cerca de 1500 ouvintes e pessoas que estão a seguir concretamente, e depois vai-se verificando que essa mensagem está a ser visualizada por 50 mil, 60 mil, conforme”.

Com mais de 50 anos de sacerdócio, D. Jorge Ortiga observa que outros padres com mais velhos também “têm alguma dificuldade em poder lidar com estas novas técnicas” mas “é interessante verificar” que todos ou quase todos estão “a fazer um esforço para se adaptar, para saber estar na vida prática, pastoral, concreta, e encontro com as comunidades”.

“Sempre a aprender, pedindo, como eu também que me informem, que me digam como devo fazer e o que hoje não sei, amanhã, já possa saber e correr estes riscos”, acrescentou.

D. Jorge Ortiga salienta que a Igreja Católica “já ia usando e com muita frequência” os meios online mas com o encerramento dos locais de culto muitos foram  “obrigados a dar outra dimensão a este trabalho”.

“Creio que daqui vamos sair muito mais conscientes. Importa manter uma relação com Deus, através da Eucaristia, dos outros sacramentos que nos futuro poderão ser celebrados e vividos de modo presencial. Mas importa muito mais que a Igreja tem de ser essencialmente comunidade, não me tenho cansado de insistir na tecla da comunidade, comunidade que podemos manter de muitíssimas outras maneiras”, desenvolveu o arcebispo primaz.

A entrevista está em destaque hoje no programa Ecclesia na Antena 1, com emissão pelas 22h45,  que até sexta-feira aborda a forma comunidades e os sacerdotes se têm adequado à prática cristã no contexto das mudanças provocadas pela pandemia de Covid-19.

LS/CB/OC

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