Brasil: Igreja Católica apela a que «se deponham as armas de ódio» que têm rodeado as eleições presidenciais

Bispos brasileiros destacam ida às urnas como oportunidade para um caminho de «reconciliação» no país

Brasília, 28 out 2018 (Ecclesia) – Os bispos católicos do Brasil esperam que o segundo turno das eleições no Brasil sejam ocasião de “reconciliação”, apelam à rejeição de posturas que “colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira” e afirmam a sua disponibilidade para “colaborar na busca do bem comum”.

No documento, publicado online na última quarta-feira, o episcopado do Brasil apela  “a que se deponham armas de ódio e de vingança que têm gerado um clima de violência, estimulado por notícias falsas, discursos e posturas radicais, que colocam em risco as bases democráticas da sociedade brasileira”.

“Toda atitude que incita à divisão, à discriminação, à intolerância e à violência, deve ser superada. Revistamo-nos, portanto, do amor e da reconciliação, e trilhemos o caminho da paz”, acrescenta o documento, assinado
bispos que integram o Conselho Episcopal Pastoral (CONSEP) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A CNBB lembra ainda que as “eleições são ocasião de exercício da democracia que requer dos candidatos propostas e projetos que apontem para a construção de uma sociedade em que reinem a justiça e a paz social” e onde não caiba a “sonegação e corrupção”.

No âmbito deste ato eleitoral, a Igreja Católica no Brasil tem procurado o diálogo com os vários candidatos, com destaque para os dois favoritos à vitória nas urnas, Jair Bolsonaro, que concorre pelo Partido Social Liberal, e Fernando Haddad, do Partido dos Trabalhadores.

Ao mesmo tempo, a página da CNBB tem publicado artigos de opinião de vários bispos, sobre as eleições presidenciais.

Os bispos brasileiros esclarecem que “ao assumirem posicionamentos pastorais em questões sociais, económicas e políticas, o fazem não por idelologia mas pela exigência do Evangelho que manda amar e servir a todos, preferencialmente os pobres”.

Neste contexto, recordam, têm sido “inúmeros os testemunhos de bispos que, na história do país, se doaram e se doam no serviço da Igreja em favor de uma sociedade democrática, justa e fraterna”.

“Cabe à população julgar, na liberdade de sua consciência, o projeto que melhor responda aos princípios do bem comum”, completam os membros da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil.

O documento é assinado pelo presidente da CNBB e arcebispo de São Salvador, D. Murilo Krieger, também pelo vice-presidente D. Guilherme Werlang, bispo de Lajes, e pelo secretário-geral da CNBB, D. Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília.

JCP

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