Bragança-Miranda: «Proximidade e escuta» são caminhos para encurtar distância com os jovens numa diocese dispersa

Responsáveis da pastoral juvenil falam num tempo de «dinâmica e energia» fruto da JMJ Lisboa 2023 e vontade de os jovens verem questões de «justiça social, a pobreza e migrações» refletidas na Igreja

Foto: Agência ECCLESIA/LS

Lisboa, 08 nov 2024 (Ecclesia) – A Irmã Conceição Borges, coordenadora geral do secretariado da pastoral juvenil da diocese de Bragança-Miranda, explicou à Agência ECCLESIA a aposta na “proximidade e escuta” aos jovens, construindo assim uma presença num território disperso.

“Sobretudo um desafio de proximidade, de escuta, de perceber de que forma é que o secretariado pode ser útil e pode ser missão na diocese, pode ser congregador das realidades, dos movimentos e das paróquias e pode ser uma presença e um sinal também de comunhão na própria diocese”, explica a responsável.

Em funções desde 2022, a religiosa da congregação das Servas Franciscanas Reparadoras de Jesus Sacramentado, reconhece sinais, “fruto da dinâmica e energia criada” com a participação na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, visível nos “voluntários”, nos “animadores dos grupos” de jovens, permitindo um “reavivar da pastoral dos jovens na diocese”.

A diocese de Bragança-Miranda propõe um “caminho de processo” considerando que “cria mais impacto em cada um”: “Um processo de comunhão, proximidade, escuta e sermos um sinal também de esperança; somos pessoas e eu penso que é esse também o nosso papel enquanto secretariado”.

A equipa do secretariado da pastoral juvenil, integralmente composto por jovens, está disponível também para criar pontes com a comunidade, uma vez que está envolvida na “catequese e outras atividades” onde os jovens participam, como o Dia diocesano de Juventude.

A responsável afirma a disponibilidade em acompanhar os jovens nos temas que lhes são relevantes: “Eles próprios trazem para as reuniões os temas que querem ver refletidos e, às vezes, uma simples viagem para uma atividade é mote para a conversa de um assunto da realidade”.

“A questão da justiça social, da pobreza, das migrações, nós vemos isso também muito no interior, são terras desertificadas que estão a ser povoadas por outras realidades culturais e o certo é que eles trazem esses temas para conversarmos”, indica.

Foto Agência ECCLESIA/HM

A responsável recorda a “aproximação, muitas vezes «em silêncio» que os jovens faziam aos símbolos da JMJ lisboa 2023”: “Pequenas comunidades, que se abeiravam da cruz, em pequenos momentos de oração, criando uma capacidade de silêncio que se vai experimentando e criando um efeito de contágio”.

Pedro Cunha foi voluntário da diocese de Bragança-Miranda na JMJ Lisboa 2023 e é de camisola amarela vestida que recorda o compromisso que “já vinha de detrás”, fruto de uma “caminhada de fé” iniciada no Movimento dos Convívio Fraternos.

“Há 10 anos que faço parte desse movimento, e sempre estive presente e ativo, e sempre aceitei estes desafios. Só quem vive verdadeiramente sabe o quão precisamos disto para procurar a felicidade, e acho que o que alterou no meu compromisso foi ainda ter mais a certeza que é isto que eu quero na minha vida”, conta à Agência ECCLESIA.

O jovem de 26 anos diz que encontra “Cristo nos outros” e que isso o tem feito permanecer no compromisso de “ser Igreja” e mesmo “com dificuldades”, procurar levar o que vive a outros jovens.

“É uma realidade muito complicada, devido à despovoação, a um envelhecimento, e cada vez mais os jovens não têm um compromisso com a Igreja. Mas eu costumo dizer que o que eu posso fazer mais é com a minha vida – eu mostrar-lhes com a minha vida o que é servir a este Cristo”, explica.

A conversa com a irmã Conceição Borges e com Pedro Cunha vai ser emitida no programa ECCLESIA, este sábado, na Antena 1, pelas 06h0.

LS

Partilhar:
Scroll to Top