Braga: III Assembleia Sinodal é «um passo significativo» na participação e envolvimento de todos na missão da Igreja – Padre Sérgio Torres

«Imaginar um futuro diferente» foi o tema para analisar as «necessidades e desafios da arquidiocese»

Foto: Agência ECCLESIA/LS

Braga, 15 jun 2024 (Ecclesia) – O padre Sérgio Torres, da equipa sinodal da Arquidiocese de Braga, afirmou hoje, no âmbito da III assembleia sinodal, que a concretização desta iniciativa representa um avanço na forma de envolver todos com “uma maior consciência” da missão da Igreja.

“[A III Assembleia sinodal] já é um passo significativo nesta forma de comunhão e participação e de tentar agregar todos com uma maior consciência na missão da Igreja”, afirmou, em entrevista à Agência ECCLESIA.

O Espaço Vita, na cidade de Braga, acolheu entre as 9h30 e as 13h, a III assembleia sinodal, com o título “Imaginar um futuro diferente”, centrada “nas necessidades e desafios da arquidiocese, mais do que nas questões debatidas no sínodo em Roma”, cuja segunda sessão acontece em outubro.

“Nós sabemos onde queremos chegar, vamos dar passos em conjunto para lá chegar”, destacou o responsável, referindo-se ao itinerário até 2033 com o nome “Caminho de Páscoa”, que a arquidiocese propôs às comunidade viver, com seis trilhos, com o objetivo de percorrer um caminho conjunto.

“Conversão ao Evangelho” e “Oração e Vida Espiritual” foram os dois trilhos sobre os quais os participantes estiveram focados na III assembleia sinodal.

“A tentação mais natural é logo ‘vamos fazer coisas’, vamos construir mais uma estrutura, então achamos que o melhor era seguir um pouco até o princípio do arcebispo santo de Braga, São Bartolomeu dos Mártires, que dizia que era preciso arder para iluminar”, salientou o padre Sérgio Torres.

De acordo com o membro da equipa sinodal, as boas estruturas, propostas e metodologias pastorais não resultam em mudanças nas paróquias, comunidades e Igreja, se não houver conversão contínua ao Evangelho.

O padre Sérgio Torres ressalta que o processo sinodal é “uma coisa lenta”, que “obriga sempre, no bom sentido, a envolver o máximo de pessoas dentro de cada processo, de cada decisão, de cada forma de olhar” a vida em Igreja.

“Mas é assim que faz sentido certo, porque somos todos e é para caminhar também com todos. E, portanto, agrada-me muito saber que por esse mundo fora é uma boa notícia descobrir que estamos vivos, estamos bem vivos”, enfatizou, caracterizando esta como uma “nova era de evangelização”.

Sobre a forma como as novas gerações estão envolvidas no processo sinodal, o sacerdote fala que é preciso começar a compreender qual a forma de passar aos mais jovens “esta tarefa, este sentido e esta consciência de que são a Igreja e que a missão também é deles e é para eles”.

“Eu creio que cada vez mais, a todos os níveis, a Igreja tem de estar atenta desde o nascimento, até como se costuma dizer, à morte natural. Às vezes na nossa pastoral temos um bocado a tendência, em determinados grupos, nos focarmos ou só na catequese, ou só na parte litúrgica, esquecendo até os mais jovens, ou os jovens e os adultos”, assume.

Desde o início do processo sinodal que a Arquidiocese de Braga realiza assembleias sinodais – em junho de 2022, em setembro de 2023 e este sábado – procurando que estes encontros sejam abertos a todos com metodologias que privilegiem a participação alargada.

“[Na primeira assembleia sinodal] foi dito aqui neste mesmo lugar que era um ponto sem retorno e é isto que procuramos fazer e esta terceira assembleia sinodal arquidiocesana vai neste sentido mais alargado da igreja, de juntos estarmos em caminho e aqui nós traçamos um caminho para 10 anos, juntos no caminho de Páscoa e com o grande sonho de levar Jesus a todos e todos a Jesus e na comunhão com o sucessor de Pedro, na comunhão com a igreja no seu todo, queremos fazer este caminho na fidelidade ao Evangelho”, manifestou o arcebispo de Braga.

Em declarações à Agência ECCLESIA, D. José Cordeiro realçou que o horizonte do plano da arquidiocese é de 10 anos, no entanto “não está tudo planificado, nem pode estar, porque senão também deixaria de ser esse caminho sinodal”.

“Este caminhar juntos é com Cristo e uns com os outros e o nosso contributo é o contributo possível desta abertura a todos e do querer chegar ao maior número de pessoas para que juntos possamos ser esta Igreja cada vez mais eucarística, cada vez mais samaritana, sinodal, mariana, ser esta presença credível do Evangelho no aqui e agora da história que nos toca viver”, sublinhou.

LS/LJ/CB/LF

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