Ano A – Festa do Batismo do Senhor

Batizados num sim radical a Cristo

Com a Festa do Batismo do Senhor, na liturgia termina hoje o Tempo de Natal e inicia-se o Tempo Comum. A história de Deus que envia o próprio Filho ao mundo e às nossas vidas está sempre cheia de atualidade. Jesus faz-Se um de nós, partilha a nossa fragilidade e humanidade, liberta-nos do egoísmo e do pecado e empenha-Se em promover-nos, para que possamos chegar à vida em plenitude.

Celebrar o Batismo do Senhor Jesus é acolher e renovar em nós o plano salvador de Deus revelado no seu Filho amado. No dia do nosso Batismo, comprometemo-nos com esse projeto. Como vamos renovar de modo concreto esse compromisso assumido?

Celebrar o Batismo do Senhor Jesus coloca-nos frente a frente com Deus que é solidário com a humanidade e que oferece ao homem um caminho de liberdade e de vida plena. Inseridos nessa dinâmica de vida nova como filhos de Deus pelo nosso Batismo em Cristo, só podemos ir ao encontro dos irmãos mais desfavorecidos e estender-lhes a mão, partilhar a sorte dos pobres, dos sofredores e dos injustiçados, identificar-nos com eles e participar dos seus sofrimentos, a fim de melhor os ajudar a conquistar a liberdade e a vida plena, contribuindo para os promover e para lhes dar mais dignidade e mais esperança.

A segunda leitura dos Atos dos Apóstolos pode ajudar-nos a reavivar a fidelidade ao nosso Batismo em Cristo. Apenas duas indicações.

Diz o texto que Jesus de Nazaré “passou pelo mundo fazendo o bem e curando todos os que eram oprimidos pelo demónio”. Bela expressão para caracterizar a vida de uma pessoa! Nos gestos de bondade e misericórdia, de perdão e solidariedade, de ternura e amor da Pessoa de Jesus Cristo, encontramos o projeto libertador de Deus em ação.

Batizados em Cristo e comprometidos com a sua missão, não temos outro caminho senão continuar esses mesmos gestos hoje, empenhando-nos em libertar todos os que são oprimidos pelos demónios do individualismo e do egoísmo, da injustiça e da exploração, da solidão e da doença, do analfabetismo e do sofrimento.

Segunda indicação: “Deus não faz aceção de pessoas”. E nós, que somos filhos de Deus? Só podemos aceitar todos os irmãos da mesma forma, reconhecendo a igualdade fundamental de todas as pessoas em direitos e dignidade. Eis um imenso e constante desafio à nossa existência em Cristo!

Em suma, pelo Batismo, ou dizemos um sim radical a Cristo ou navegamos noutras ondas. Não há lugar para batizados não praticantes. Os batizados em Cristo só podem ser praticantes do amor de Deus e dos gestos de salvação de Deus, na existência quotidiana, celebrada e vivida! Que assim seja em mais uma semana que o Senhor nos concede!

Manuel Barbosa, scj
www.dehonianos.org

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