Açores: Bispo pede que universitários sejam «líderes respeitados e capazes de ouvir» Deus e os homens

«Lutai e sede protagonistas no presente que é já o vosso futuro» – D. Armando Esteves Domingues

Ponta Delgada, Açores, 05 jun 2023 (Ecclesia) – O bispo de Angra presidiu este domingo à Missa da Bênção das Pastas, em Ponta Delgada, desafiando os finalistas a ser “líderes respeitados e capazes de ouvir”.

“Precisamos de avançar juntos, como comunidade, como Igreja e como sociedade, mas com Ele no meio de nós! Moisés tornou-se um instrumento de Deus, um líder reconhecido no Judaísmo, cristianismo e Islamismo. Uma figura de consensos universais, católicos. São precisos líderes respeitados e capazes de ouvir Deus e os homens, de perceber que Deus é vida em nós”, referiu D. Armando Esteves Domingues, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.

Falando a 250 estudantes finalistas do polo de Ponta Delgada da Universidade dos Açores, o responsável católico assinalou que estes vivem “num mundo de desafios diários” a pedir um “olhar jovem atento, preparado, mais límpido, mais inconformado” incentivando que lutem e sejam “protagonistas no presente que é já o futuro”.

D. Armando Esteves Domingues destacou que o papel da inteligência artificial, que “causará um impacto cada vez maior na experiência da realidade”, da tecnologia e da ciência, referindo que numa “realidade em evolução constante, há muitas perguntas a responder”.

Neste contexto, o responsável diocesano incentivou os finalistas universitários à discussão e a procurar em conjunto “respostas que humanizem”, afirmando que não é a tecnologia ou a ciência que está em causa, mas “o homem”.

Estou convencido de que, já hoje, terá sucesso quem souber investir, desenvolver e motivar códigos éticos ou cartas de princípios nas empresas, nas teias das relações pessoais do trabalho, nos links da globalização, na produção, na economia, na ecologia, na política, na empresa ou nos negócios. Oxalá estejais entre os que farão a diferença. Urge encontrar rumos que nos obriguem, sem hipotecar a própria liberdade, a recentrar a criação em Deus e, naturalmente, no homem”.

O bispo de Angra recordou que o Papa Francisco tem mostrado o caminho, “ensina a trabalhar juntos”, escreve os documentos com a “participação de estudiosos e fala para todos os homens de boa vontade”, isto é “torna-se universal”, destacando a a ecologia integral da encíclica ‘Laudato Si’ (2015), a ‘Economia de Francisco’ (2019), a “fraternidade mundial” na Encíclica ‘Fratelli tutti’ (2020) e o Pacto Global sobre a Educação (2020), e, nos dias 29 e 30 de maio, “surpreendeu lançando dois desafios”, respetivamente uma reflexão sobre a presença nas redes sociais, um Pacto Global pela família.

A partir do exemplo de Moisés, que “levou as tábuas de pedras até Deus que nelas escreveu a Lei”, incentivou aos estudantes universitários do polo de Ponta Delgada a pedirem que escreva no “as linhas inspiradoras da ação futura”, relançado que as fitas assinadas com mensagens de familiares e amigos falam do “essencial”.

“De felicidade, realização pessoal e profissional, de serviço à humanidade, de sucesso, etc. Acredito que poucas se referirão a bens materiais. Serão, antes, cheias de sonhos belos. Já escrevi muitas! Os bens mais importantes que desejamos uns aos outros são espirituais, invisíveis aos olhos. Oxalá se realizem os vossos sonhos e a esperança que em vós todos nesta hora depositam”, acrescentou o bispo de Angra, na igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Ponta Delgada.

CB/OC

 

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